Desde pequenas, nós somos ensinadas a seguir os padrões que a sociedade coloca como ideal. Só depois de adultas, depois de nos submetermos à dietas absurdas e sofrer por não ter um corpo de capa de revista, é que percebemos o quanto a imagem do que deve ser uma mulher “perfeita” está enraizada na gente.
Quer prova maior do que os concursos de beleza infantil? Nos programas que exibem esse tipo de competição, meninas que, ne verdade deveriam estar brincando de boneca, são maquiadas e produzidas para ficarem parecidas com uma.
Incentivadas pelos pais (pela mãe, principalmente), essas meninas passam a encarar a amiguinha do lado como rival só porque ganhou uma faixa e uma coroa. Desse jeito, como que essas meninas vão entender que tudo que está sendo colocado pra elas como aparência ideal é apenas um conjunto de características físicas e que não possuí-las não significa que elas não sejam bonitas?
Um dos concursos famosos concursos de beleza infantil é o Toddlers & Tiaras, conhecido no Brasil como “Pequenas Misses”. O programa, lançado em 2008, expõe claramente toda essa obsessão pela aparência perfeita sendo passada, na maioria das vezes, de mãe pra filha.
O caso mais conhecido (e curioso) é o da americana Alana Thompson, que venceu uma das primeiras edições do propaganda. Mais conhecida como “honey boo boo”, ela estrelou seu próprio seriado, o “Here comes honey boo boo”, alvo de duras críticas devido à superexposição da intimidade e da pequena e de sua família.
Já não basta a influência que nós, mulheres, sofremos com esses padrões, aí eles vão e colocam crianças dentro dessa lógica de beleza para que elas já aprendam desde cedo que precisam reafirmar sua beleza frente aos outros? Isso está errado!
Nós, mulheres, já competimos naturalmente umas com as outras (vamos admitir logo, vai), agora imagina essas crianças… com que imagem de si mesmas que elas vão crescer, ainda mais se já perderam um concurso por não serem consideradas “bonitas” o suficiente?
Isso faz com que essas meninas cresçam totalmente inseguras e com a constante necessidade de afirmação. Elas vão estar sempre em busca da aparência perfeita, da silhueta enxuta e nunca vão estar plenamente satisfeitas com o que veem no espelho.
A mídia, em sua grande maioria, só serve para reforçar e incentivar estes hábitos. Basta dar uma olhada na edição da Vogue Kids deste mês, com o polêmico editorial de moda “sombra e água fresca”, no qual duas meninas foram fotografadas em poses consideradas sensuais. A publicação gerou mobilização nas redes sociais e a revista foi denunciada ao ministério público.
Apesar de polêmico, a situação seria menos pior se fossem apenas as revistas “apoiando” empurrando goela abaixo esses padrões. Mas o que fazer quando esse comportamento doentio é reforçado dentro de casa? Quando mães permitem que suas filhas saiam em uma revista do gênero ou participem de programas parecidos?
Polêmico! Mas e vocês, meninas, o que acham disso?
Texto: Letícia Gomes
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